2º tema: AFOGUEI-ME EM SARGAÇOS
A areia fina escorregava-se-me
entre os dedos, o fresco da água salgada fazia sentir-se na minha pele macia…
até que de um momento para o outro senti-me presa, algo me puxara com força, o
mundo parou, o perigo aproximara-se... Num movimento brusco e violento virei-me
para trás e… descansei, eram apenas algas.
Catarina Freches
Tentava-me soltar, mas quanto mais me mexia, mais preso
ficava. Parei. Porque é que tentava isto? Escapar o inevitável não era algo que
eu desejava, e, sinceramente, estava farto, por isso deixei-me ir. Afoguei-me.
Diogo Tavares
Ando à deriva da água
salgada, guiado pela noite e pelo dia. A saudade de ver a minha família cresce.
Pelo menos, posso aproveitar esta aventura para conhecer novos lugares…
Raquel Costa
Andei à deriva meses e
meses! Nunca mais encontrava terra. Começava a achar que estava realmente
perdida no meio do oceano. As esperanças estavam a começar a desaparecer e já
pouco me importava para onde ía, até que comecei a ver uma mancha escura no mar.
Comecei a remar o mais depressa que podia, com as minhas últimas forças. Quanto
mais me aproximava, mais rapidamente chegava à conclusão de que era tudo menos
terra. Finalmente, exausta, cheguei. Eram apenas sargaços. Uma tristeza enorme
apoderou-se de mim e simplesmente deixei-me cair no mar, deixei-me afundar. O
céu começou a escurecer,e eu senti-me a afundar cada vez mais...Os sargaços
agarravam-se a mim, os meus olhos fechavam-se...
(...)
- Então, doutor, qual é o
resultado da autópsia?
- Pensa-se que foi
suicídio. Morte por afogamento, afogamento em sargaços, para ser mais preciso.
Catarina Silva
Parabéns aos jovens escritores.
ResponderEliminarForça!